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Para que serve o poeta, enquanto está em fermentação? Sua poesia não vale um pão, seu poema não para a escravidão e sua dor é só sua, não da multidão.
O poeta rabisca no caderno, cisca no inferno... Queima pés e pestanas. Queima a última grana apostando num sonho...
Ah pesadelo medonho... Quem quer poesia? Quem crê na ousadia de quem vive de sonho?
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Estou num vazio... Não é do mar, nem é do rio... Sou rima somente.
Vou nadando contra a corrente e mergulhando no vazio...
Sou o cio do silêncio. Sou a palavra no cio.
Sou o que foi escrito e agora “está frito”, porque a poesia partiu.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Fico escrevendo coisas (talvez sem importância) para ir levando a vida até a “última instância”.
Com a mente distraída, (mas levando tudo à sério) tento descobrir o mistério até a hora da minha partida.
A vida não é brinquedo. Mas se não levá-la brincando você acabará apanhando.
A vida guarda um segredo, que só lá “do outro lado” é que tudo será revelado.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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A lua me irradia... Ela não está pedindo que eu lhe faça poesia.
Ela está pedindo para eu soltar meu lobo e sair uivando para ela.
Hoje ela está amarela, e quer plateia.
A lua convoca a alcateia para ficar uivando à sua passagem.
A.J. Cardiais
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Poeta
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Amo-te por inteiro: Dos pés aos cabelos, por dentro e por fora. Amo-te a toda hora.
Dormindo ou desperta, vestida ou descoberta o teu corpo para mim é festa.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Minha vida é uma arte. Invento um amor, invento uma dor, para sobreviver ou para sofrer.
Minha vida é uma arte. Ela está em qualquer parte, em qualquer flor, em qualquer lugar:
Nos olhos de uma menina, nos lábios, no andar, no vestir, no calçar... Eu qualquer lugar:
Numa feira, num curtume, num bordel, num curral cheirando estrume... Vaqueiros aboiando, gados ruminando... Mas eu não estou lá.
Estou aqui, cá, no meu lar, vivendo tudo isso, numa parabólica natural...
Este é o meu bem, este é o meu mal, esta é minha vida teatral.
A.J. Cardiais imagem: google
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Poeta
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Amei... Ela, com aquele corpinho de flor, despetalou-se em meus braços, perfumou-me de amor e saiu enigmática...
Hoje espero seu desabrochar num sonho qualquer, num cálice ou, preferencialmente, numa manhã ensolarada.
A.J. Cardiais 07.01.1990 imagem: google
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Poeta
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Tudo em mim fervilha poesia. Tudo em mim centelha poesia: É o vento que me açoita ou acaricia, a luz da noite, a luz do dia, os sons da urbe et orbi.
Tudo em mim cheira poesia: Roupas nos varais, Ave Maria, galos, noites e quintais... (Belchior)
E se for falar onde está a poesia, eu varo noite, varo dia e talvez não mostre nada... Mas sempre existe sua luz em cada estrada.
A.J. Cardiais 27.12.1996 imagem: google
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Poeta
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Deixo-me tomar pela poesia, sem preocupar-me com o terreno em que estou pisando. As palavras vão me levando e os versos me embriagando...
Tomo uma dose de fantasia para criar coragem e continuar escrevendo.
Vocês não estão vendo, mas estou completamente “chapado”. A poesia está aqui ao meu lado, me incentivando...
Se alguma coisa der errado, não culpem este poeta, coitado. Eu só estou escrevendo para ficar “viajando”... Sou um poeta viciado.
AJ Cardiais
imagem: google
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Poeta
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Minha solidão não quer compartilhar de companhias vazias, só para encher o lugar...
Minha solidão se incomoda quando está numa roda vazia. Ela sempre tem companhia:
Está com a imaginação, está com a poesia, está com meus “invisíveis”, está com coisas impossíveis de qualquer um entender...
Minha solidão, quando vem me ver, vem para conversar comigo... Quem tem uma solidão compreensiva, não se sujeita a “amizade” nociva.
A.J. Cardiais
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Poeta
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