Poemas :  Não afaste a freguesia
Não afaste a freguesia
Pode até parecer que não,
que é só uma presunção.
Mas eu encaro a poesia,
com muita responsabilidade.

Afinal, eu quero passar
minhas emoções
e tentar atingir os corações.
Não quero enchê-los de estilhaços
com palavras de aço,
que não dizem nada.

Hoje em dia as pessoas
não param mais para ler...
E quando param,
querem logo entender.

Se esbarrarem
com palavras de aço,
vão logo sentir cansaço
e procurar outro lazer.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas de desamor :  Relembrando um amor
É noite, amor...
Depois de tanta chuva,
a casa está fria.
Minha vida está vazia
sem você.

Eu só queria adormecer,
para deixar de pensar.
Não consigo mais sonhar...
Os meus sonhos sumiram.

Quando estou sem sono,
é uma tortura ficar relembrando
dos nossos momentos.
Sei que eles não voltarão.
Também não consigo sonhar
que isso volte a acontecer.

É noite, amor...
Estou escrevendo isto,
mas não vou mandar para você.
Vai adiantar em quê?

A.J; Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Simplórias visões
Simplórias visões
Às vezes escrevo sobre algo
que ninguém se importa.
Mas estou só tentando
abrir uma porta
para a simplicidade da vida.

Tem tanta coisa perdida,
esquecida ou abandonada...
De valor, não vale nada.
Mas causa alguma emoção
em quem usa o coração.

Então, para estes poucos
que ainda usam os corações,
(não são como os loucos,
que só sonham com milhões)
é que eu ofereço
minhas simplórias visões.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas :  Coração desafinado
Coração desafinado
Desafinado, descompassado...
Tem algo de errado
com o meu coração.
Ele não bate mais
com afinação.

Antigamente, quando ele batia,
eu ouvia e seguia
sua marcação.
Eu o acompanhava direitinho...
Não tinha desafinação.

Agora, alguém está desafinado:
Não sei se é ele, ou se sou eu...
Mas alguém está tocando errado.
Talvez eu seja o culpado,
pois o coração é meu.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas de desamor :  Faz de conta
Faz de conta que alguém tem que vencer,
para não ficar os dois perdidos;
para não ficar os dois vencidos.

Se você está bem,
então siga o seu caminho...
Deixe-me aqui, sozinho,
enfrentando minha realidade.

Deixe-me sentir saudade.
Não posso ficar como seu amigo,
pois corro o perigo
de nunca me libertar.

Vá... Vá viver, vá amar...
Deixe as lembranças comigo.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas :  O peso do nome
O peso do nome
Se este poema tivesse
a assinatura do Drummond,¹
não tornaria ele bom,
mas daria mais respeito.

Afinal, Drummond não faria
um poema de qualquer jeito...
Alguma coisa ele queria
dizer...

E tome a estudar o poema...
E tome a escarafunchar,
destrinchar, revirar o poema.
Um ponto aqui, uma vírgula lá...

Tudo isso, procurando um sentido
que as vezes o poeta,
não queria dar.
Às vezes ele só fez o poema
para desabafar.

A.J. Cardiais
imagem: google
¹Carlos Drummond de Andrade
Poeta

Poemas sociales :  Vida, amor e máquina
Vida, amor e  máquina
Para todos os pontos que olho,
só vejo vida no amor...
Qualquer coisas que se faça,
se não houver amor,
não tem graça.
Será tudo “maquinal”.

E máquina não é gente:
não tem coração,
não tem perdão,
e não vai além
da programação.

Mas tem gente
que é como uma máquina:
não tem coração,
não tem perdão
e não muda nunca
sua "programação".

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Poemas de amor :  Disputa amorosa
Quero selar nosso amor
com uma luta,
uma dança,
uma disputa,
onde não haverá
vencedor...

Que fique num empate
este nosso embate
entre caça e caçador,
fera e domador,
ama e amador.

A.J. Cardiais
Poeta

Poemas de amor :  Dois tempos com você
Dois tempos com você
Você me fez mudar...
Com você piorei.
Com você melhorei.
Com você não sei
o que vivi.

Com você, destruí
todos os meus sonhos.
Tive pesadelos medonhos
e a todos sobrevivi.

Agora estou aqui,
em busca dos meus velhos sonhos.
Tentando adequar o que componho
às novas situações.

Eu vivo de emoções...
E a vida é feita de momentos:
Momentos tristes,
momentos felizes,
momentos neutros...

Não sei se você era
a pedra certa para eu topar
no meu caminho...
Só sei que até hoje
tento fazer algo
para livrar-me
do seu espinho.

AJ Cardiais

imagem: google
Poeta

Poemas :  Poesia: união de tudo
Poesia: união de tudo
Experimento minha comida
antes de ser servida.
Enquanto a poesia ferve,
procuro descobrir
para o que ela serve.

No meio das artes,
a poesia é a verve.
No seio da vida
a poesia é tudo:
Arma e escudo.

A poesia é o amor e a dor;
É o sofrimento e a alegria;
A conservação e a ousadia;
O respeito e a agressão.

A poesia é a união
de tudo que há na vida.
Aliás, ela é a própria vida
servindo como inspiração.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta