Poemas :  Horacio Xavier, Dizedor de Sentimentos
DOMINGOS DESAGRADÁVEIS
(Horacio Xavier - © Todos os direitos reservados)


Os domingos não me agradam.
Passo por eles com raiva
Como se fosse faca
A perfurar o canto que me embala

Os domingos não me agradam.
Passo por eles calado
Como se fosse bala
A buscar a entrada que me rasga

Os domingos não me agradam.
Cortam-me feito punhal
Expondo toda a ferida
Feito carne velha caída
Na porta do hospital

Os domingos
Realmente
Não me agradam.
Poeta

Poemas :  VIEJO CAMINANTE


Hoy se apagó la música en mi corazón,
hubo un juez implacable que bajó el martillo,
condenó sin piedad a perpetua la condena.
Y puso entre rejas mi alma sin apelación.
No habrá más vuelos, no habrá más ilusión;
los pasos se aquietaron, los pies en grillos.
No hay por qué, no hay variación, la pena
fue impuesta, no habrá vida, no habrá razón.

El músculo se abrazó, ocultó su dolor
y en la garganta ahogada quedará para siempre
la última canción.
En su abrazo el corazón, dejó de latir,
ya no habrá poesía, quedará para mañana
la última oración.

Se cerraron las ventanas, se oscureció la lira.
Y cada reja golpea en mi rostro la vida;
es esa oscuridad otra vez, atacando sin juicio.
Como aquélla vez…, dura, injusta, en el inicio.
Se fue la luz, peregrina, de letras errantes;
se abrazaron las manos, frías, vacías.
Dos luceros enormes, envueltos en lágrimas,
se apagaron las luces del viejo caminante.

Miel

Poeta

Poemas :  Calendário
Quero me perder
no calendário romano,
humano ou beltrano,
afinal, tempo é partido
e dele me tomo posse
e me escravizo;
deitado lê seus dias
que agonia, que agonia.

Quero me perder
não,
não quero dar com os burros n’água,
ficar com a cara extasiada
como criança mimada;
quero perder o tempo,
desprender a palavra mais alta,
aliviar minhas lentes mundanas.

Meus cálculos de perda temporal,
que anunciam temporais
e que na janela nem passarinho canta,
no máximo uma mariposa chega
na planta,
que estendi em meu quarto azul,
que afundei nos teus negros olhos,
que olharam, olharam e molharam.

Todo meu chão manchado de tinta,
meu pé arranhado pelo asfalto,
meus sonhos atravessados,
nas nuvens, nos universos inteiros,
de todos os irmãos que enxergo,
deitados na chuva,
esperando a sorte alcançá-los
esperando...

E nada posso lhes acometer,
senão sou punido por quem me habita
ou quem sabe, é só um canto
que tomou forma num corpo qualquer
e que trabalha em forma de poesia;
é recíproco, é leve, é levitante,
é um muro feito com areias claras,
mas e o mar que é o mar não as alcança.
Poeta

Poemas :  DEPENDENTE
DEPENDENTE


Estranha loucura essa dependência que me absorve
em que assumo o papel de réu - frente a você
em que não mais me escondo - me entrego, não nego
me pegas com paixão e muito mais lhe quero
nestas carícias de amor sincero que tenho a lhe oferecer

Longe de ti retorno ao vazio angustiado
esgotando os sonhos desmatados
Deito na imensidão e conto estrelas
não sei se infinitas... perdida em suas vãs belezas
perpetuando em gemido o silêncio que morre e renasce
num espelho transbordante de querer

Numa vasta profundidade arde: o amor e a saudade,
nestes instantes de ausência ao qual me faz metade
nestes pingos de chuva, que são lágrimas querendo
de alguma forma transformar nossas realidades...

Poeta

Poemas :  MERA CALIGRAFIA
MERA CALIGRAFIA


Tristes ícones despidos sobre a memória
nas palavras afobadas na insana genialidade
neste qualquer ser de sapiência
em tinta encarnada de brutalidade

Nas mãos que escorrem um pobre viver
nos rastros indeléveis de alma fugidia
nesta incompreensão de não o ser
em sentimentos rasgados de taquicardia

sem escolhas, moldam o recôndito escrever
num palpitar do tempo em escoriações
nas cicatrizes açoitadas de qualquer querer
em vastas caligrafias de jorradas ilusões

Fecundam-se os improvisos
na grávida esperança de brancos risos
abandonando o vício de um ousado paraíso
sem vestígios, malhas ou prejuízos

Num universo diverso
amor lapidado em verso
nas tristezas que espelham o reflexo
devoram-se os verbos sem qualquer nexo
nas intensidades das estrofes de um desejo reto.
Poeta

Poemas :  A UN VIEJO Y DISTINGUIDO SEÑOR
Te he visto, por el parque ceniciento
que los poetas aman
para llorar, como una noble sombra
vagar, envuelto en tu levita larga.
El talante cortés, ha tantos años
compuesto de una fiesta en la antesala,
?¡qué bien tus pobres huesos
ceremoniosos guardan!?
Yo te he visto, aspirando distraído,
con el aliento que la tierra exhala
?hoy, tibia tarde en que las mustias hojas
húmedo viento arranca?,
del eucalipto verde
el frescor de las hojas perfumadas.
Y te he visto llevar la seca mano
a la perla que brilla en tu corbata.
Poeta

Poemas :  EU TE AMO!
EU TE AMO!


Amo os teus olhos que são doces
Pois nada te poderei dar senão amor
mesmo que já exausta, é o motivo do meu ardor
Pois tua presença é qualquer coisa
entre inspiração, querer e vida

E eu sinto que em mim há tanto de você
e em minha voz a tanto de sua voz
Pois surges em mim a cada dia
como estrelas num céu incansável

E me banha com tuas gotas de orvalho
me fazendo esquecer a nódoa do passado.
Teus dedos enlaçaram meus dedos
e tu desabrochas sempre para a minha madrugada
nesta estrada deserta, que se fez a tua falta.

E tu nem sabes que quem te colheu fui eu,
porque no grande íntimo da noite
encostei a minha face na tua
e ouvi a tua fala amorosa

E neste tempo suspenso no espaço
Em que vivo a misteriosa essência
deixei de ser veleiro abandonado
num cais de silêncio desordenado

Mas eu te possuirei mais que ninguém
Pois amo-te sem fim no crescer dos dias
dos nossos sorrisos, um amor de alegrias
pois és de mim nada menos que a própria vida
em saltitantes instantes de harmonia

E hoje qualquer palavra é quase nada
diante de mim, de ti, de nós
dos sentimentos que transbordam a verdade
um algo a mais que a felicidade
um amor além da própria eternidade.

Eu te amo, vida!
Poeta

Poemas :  EU AMO
EU AMO


Se amar é um sentir que queima a alma
que transpõe qualquer barreira
desde a manhã clara, a paz que não se encalma
feito noites estreladas de pegadas na areia
Eu amo...como só pode o amor!

Como aurora que transborda
qualquer lembrança que conforta
e escorre pelo corpo e mesmo assim embriaga
na respiração ofegante de ares distantes
como cometas implodindo o peito
que dispensa todo e qualquer receio
Eu amo...como só pode o amor!

Se amar é entregar-se ousadamente
levitar em asas incoerentes
num quase sofrer porém sentido
e nunca ter em si, um suspiro arrependido
e ser do outro sempre um abrigo.
Eu amo...como só pode o amor!

Talvez seja ainda mais do que se pode ser percebido
é correr das horas, vivendo instantes de infinito
num aguardar de não sei o que, não sei onde
ou ainda qualquer motivo feito ou dito
é simples, e tão indefinido
um crescer constante quase aflito
Eu amo...como só pode o amor!

Eu amo por somente amar
pelo prazer intenso de me entregar
de não me pertencer pra finalmente me encontrar
de criar asas e corajosamente voar, voar...


Poeta

Poemas :  TEMPO DISTANTE


TEMPO DISTANTE


O tempo parece que para, quando você se vai
sobre a neve do céu, na falta de palavras no papel
quando falta-me o teu ser, sobre as janelas de infinitos ais
e você vaga por ali, e eu aqui, em passos circunstanciais


Sobre as sombras do léu, vestígios de arranha-céus
entre antenas de tv, essa ardente falta de você
nos espaços vagos, tanta saudade a sufocar
esperando sinais de estar, o celular tocar


E a madrugada insiste em ficar,
na mudez que não quer calar
nesta falta de respirar
nesta dor que insiste em gritar


Procuro por ti em ato inconsequente
e decolam os sonhos-canções
neste coração silente, de paz ausente
quando de ti me faltam as sensações


Maldito tempo, que se arrasta em castigo
quando tanto te quero e não está comigo
cada minuto é desatino, é sofrer no infinito.
Poeta

Poemas :  AMIGA NO TE MUERAS
AMIGA NO TE MUERAS

AMIGA, no te mueras.
Óyeme estas palabras que me salen ardiendo,
y que nadie diría si yo no las dijera.

Amiga, no te mueras.

Yo soy el que te espera en la estrellada noche.
El que bajo el sangriento sol poniente te espera.

Miro caer los frutos en la tierra sombría.
Miro bailar las gotas del rocío en las hierbas.

En la noche al espeso perfume de las rosas,
cuando danza la ronda de las sombras inmensas.

Bajo el cielo del Sur, el que te espera cuando
el aire de la tarde como una boca besa.

Amiga, no te mueras.

Yo soy el que cortó las guirnaldas rebeldes
para el lecho selvático fragante a sol y a selva.
El que trajo en los brazos jacintos amarillos.
Y rosas desgarradas. Y amapolas sangrientas.

El que cruzó los brazos por esperarte, ahora.
El que quebró sus arcos. El que dobló sus flechas.

Yo soy el que en los labios guarda sabor de uvas.
Racimos refregados. Mordeduras bermejas.

El que te llama desde las llanuras brotadas.
Yo soy el que en la hora del amor te desea.

El aire de la tarde cimbra las ramas altas.
Ebrio, mi corazón. bajo Dios, tambalea.

El río desatado rompe a llorar y a veces
se adelgaza su voz y se hace pura y trémula.

Retumba, atardecida, la queja azul del agua.
Amiga, no te mueras!

Yo soy el que te espera en la estrellada noche,
sobre las playas áureas, sobre las rubias eras.

El que cortó jacintos para tu lecho, y rosas.
Tendido entre las hierbas yo soy el que te espera!



POEMAS DE PABLO NERUDA
Poeta