Crónicas :  Eu e as corujas
Eu e as corujas
Infelizmente não sei quando esta “ligação” começou. Sou péssimo para guardar datas. Sei que sempre fui apaixonado por aves de rapina: Águia, falcão, gavião, urubu, condor, abutre... Qualquer coisa sobre estas aves me interessa. Então, numa dessas “incursões”, descobri que a coruja também pertencia à família de rapinas. Mas antes da coruja, o xodó maior era o urubu. Era tanto, que meu pseudônimo (secreto) era o nome científico do urubu rei: Sarcoramphus Papa. Quando fiquei sabendo que Tom Jobim também era um admirador dos urubus, vi que estava em boa companhia.

Depois que descobri que as corujas também eram aves de rapina, comecei a interessar-me pela espécie. A facilidade em encontrar objetos com formatos de coruja, foi o que aproximou-me mais. Então, sempre que eu via algum objeto (e estava com dinheiro) com este formato, eu adquiria. E assim comecei a colecionar corujas: Bibelôs, imagens, chaveiros... etc. Até aí eu não sentia a “influência” delas em minha vida. Comecei a perceber em 1988 quando, trabalhando na Secretaria da Cultura, tinha uma moça que sempre ia vender bijuterias a atriz Jurema Penna. Um dia aproximei-me, fiquei observando e, quando eu ia perguntar se tinha alguma bijuteria com imagem de coruja, o meu dedo, como se fosse atraído, foi direto para um pingente corujinha. Foi incrível! Eu fiquei espantado e as duas ficaram rindo. Não tinha dinheiro, paguei com cheque pré-datado. Jurema foi minha fiadora.

Uma vez eu estava conversando com um amigo meu no ateliê dele, e toda hora eu olhava para o teto. Ficava olhando para a calha da lâmpada fluorescente, sem saber porquê, até que ele me perguntou o que era. Eu respondi: Não sei, vou ver. Peguei uma cadeira, coloquei embaixo da lâmpada, subi, meti a mão na calha e achei um objeto de metal. Quando olhei para o objeto, era um chaveiro comemorativo aos 25 anos da Faculdade de Educação da Bahia, com a imagem de uma coruja. Então Elói falou: Rapaz, como é que este chaveiro foi parar aí? Já faz tempo que eu procuro por ele! Foi da formatura de minha irmã. Aí eu disse: Agora é meu. Elói respondeu: É, depois dessa, você merece.

E assim tem várias outras coisinhas, mas esta é a principal. Foi a que me fez ver que a minha “ligação” com elas, não era “qualquer coisinha”:
Eu tinha um fusquinha chamado Cacilda, e prestava serviço para o jornal Tribuna da Bahia transportando os funcionários que saíam do trabalho de madrugada. Num domingo, depois de deixar todo mundo em casa, quando estava voltando, Cacilda achou de pifar... Era uma hora da manhã e num local perigoso. O que fazer? O pior de tudo era que eu não tinha um centavo. O jeito era ir para casa andando. Dormir no carro poderia ser pior. Segui... Quando passei defronte à Rodoviária, tinha vários táxis estacionados. Nem em casa tinha dinheiro. Se tivesse, pegaria um e quando chegasse em casa pagaria a corrida. A rua estava deserta. Fui andando pelo meio da rua, quando vi um pássaro voando em minha direção... Depois pousou no topo de um poste, e ficou me observando... Era uma coruja. Eu andando e ela me observando... Passei por ela, e ela me observando... Depois que passei, ela voou. Então tive certeza de que chegaria em casa, sem nenhum perigo. E foi o que aconteceu: Cheguei em casa às duas e pouca da madrugada, e nem um cachorro latiu para mim. Depois, lendo algumas coisas sobre xamã, descobri que ela é o meu animal de poder.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  Sobre Gatos
Sobre Gatos
Eu nunca criei gatos. Aliás, nunca criei animal nenhum. Não é por não gostar de animais... Muito pelo contrário: Eu gosto até demais. Não crio porque acho que, se a gente resolve adotá-los, é preciso dar toda atenção a eles. E animal "doméstico" para mim é só gato e cachorro. Não me venha com coelho, tartaruga, pássaros, macacos e etc... E nem adianta dizer que são de cativeiro porque, espontaneamente, eles não nascem em cativeiro. Eles são de cativeiro por uma condição imposta pelo homem. Geralmente "os ancestrais" deles foram aprisionados e com isso perderam o faro, o tino, os dons de viverem no seu habitat, e não puderam (ou souberam) passar para os filhotes. Então, se soltassem um animal desses (de cativeiro), eles seriam presas fáceis de outros animais ou do próprio homem. Voltemos aos gatos:

Eu nunca criei gatos. Mas o meu neto um dia chegou com um aqui em casa. Era um gatinho feio, coitadinho... Minha esposa brigou, reclamou, xingou... Mas o gatinho ficou. Depois o gatinho obrou no banheiro (o gatinho já veio educado) ela reclamou, falou, falou... Deixou pra lá. Minha filha, quando chegou do trabalho, viu o gatinho e se apegou. No dia seguinte, o gatinho amanheceu tremendo e vomitando... Como ninguém entendia de gatos, foi aquela preocupação: Dá isso, dá aquilo, faz isso, faz aquilo... Dá um chá. Chá de quê? Sei lá... Reza. Reza pra quem? Pra São Francisco...
Com tanta preocupação, o gatinho ficou bom. Eu acho que ele queria era chamar a atenção. E como chamou... Bem, o gatinho foi crescendo cheio de atenções, de leite, de ração, de carne... Resultado: Virou um gatão. Para dizer melhor: Um lindo gatão. Nem preciso dizer que ganhou os nossos corações. Só para vocês imaginarem: Ele dormia com a gente. Minha mulher reclamava, brigava, mandava que eu fazer alguma coisa... Eu não fazia nada. Aliás, fazia sim. Eu dizia: Ele acha que nós somos a família dele. E nós não somos?

Pois bem, depois de tanto apego, uma vizinha começou a colocar veneno para matar ratos... Morreu uma gata (Nina, a namorada de Pepe, o nosso gato), morreu o segundo... Nós tentamos "segurar" o nosso gato, pois eu sonhei com ele se debatendo. Morreu o terceiro... Pepe foi o quarto. O meu neto, quando acordou, ficou sabendo. Aí começou a chorar, abriu o bueiro... Mesmo assim foi pra escola. Quando ele voltou da escola, foi logo gritando: Minha vó, olhe o que eu trouxe? Era outro gato. Minha mulher reclamou, terêrê, tarárá... O gato ficou. No outro dia, observando melhor, eu vi que era uma gata. Falei com minha mulher. Ela reclamou, brigou, perêrê, parárá... A gata está aqui, começando o reinado dela. Eu nunca criei gatos, porque não sabia que eles são tão maravilhosos. E o nome da gata é Lara.

Obs. Os outros gatos morreram distante da casa da "envenenadora". Já Pepe morreu na porta da casa dela. Foi como se estivesse a denunciá-la. Depois disso, ela parou de colocar veneno para ratos.

A.J. Cardiais
imagem: a.j. cardiais (Lara)
Poeta

Crónicas :  SE APROXIMA LA NAVIDAD.
SE APROXIMA LA NAVIDAD.
Se aproxima la navidad, y como siempre las prisas no se hacen esperar, el ambiente despide un aromatizante olor a las esencias de pino, canela y clavo, en las calles la gente, corre tras la lluvia, o tal vez la nieve, cubriéndose con paraguas, o simplemente esperando que amengüe, refugiándose en los cafés de las esquinas; aunque recordemos que en otros países hermanos, celebran las fiestas navideñas con mucho calor.
Por toda la ciudad, se pueden ver los expendios, con los montones de pinos, comúnmente llamados “arbolitos de navidad”, vendiéndose cual pan caliente, las familias gozan este momento de subir al capacete del carro el pino, para posteriormente llevarlo a casa , para ser adornado; las tiendas de regalos se encuentran pletóricas de gente, en las calles se ven los coros o agrupaciones, cantando los villancicos, sin faltar el hombre regordete de barba blanca vestido de rojo, haciendo sonar las campanas, ofreciendo la fotografía del recuerdo, pero todo el mundo con un gran espíritu navideño.
Los niños curiosos preguntando todos los días a sus padres, ¿cuánto tiempo falta para la navidad? soñando con los juguetes y dulces que llegaran hasta su hogar, hogares que brillan con luces multicolores, con el dulce sabor a chocolate caliente, galletas de jengibre y pastel de manzana. ¡Qué maravilla ser niño!
Y ni que decir de las esperadas posadas, es un desahogo darle de palos a las piñatas de los siete picos, que significa romper con los siete pecados capitales, que ya todos conocemos, y por si acaso, ya se hayan olvidado, aquí se los dejo: la gula, avaricia, pereza, ira, lujuria, envidia y la soberbia; y que me dicen de los ponches, con “el saca sentimientos” o sea el piquete, y que tal los nacimientos?, con las principales figuras representativas, que sobre sus hombros de cerámica cargan la responsabilidad de ser admiradas toda la temporada navideña.
Es extraordinariamente maravillosa la navidad, me gusta, siempre se presenta ante los ojos humanos llena de esperanza, y es que esperamos tanto de Dios, que pensamos en recibir sus divinas gracias en esta temporada, sentimos que se acaba el año y seguimos igual, quisiéramos entrar el año con nuevos bríos, y con el espíritu renovado.
La simbólica llegada del niño Dios, es mágica en todos los sentidos, queremos borrar todo el pasado, las traiciones, rencillas, ofensas, rencores, tristezas, los amores que creíamos olvidados y vuelven a encenderse, como los pétalos rojos de la flor de “Noche Buena”, sin darnos cuenta que lo único que nos falta, es la Fe en nosotros mismos, y en algunos casos recuperar los valores extraviados.

24 de Diciembre, los niños y adultos esperan con ansia la gran cena esa noche, esperando tal vez, ver a algún familiar o amistad, que se encuentra lejos, y nos diera esa noche la sorpresa, alguna tarjeta que nos hable de amor, así mismo evocando los que ya partieron, pero siempre sin perder el objetivo, de pasarla bien, abrir los regalos del intercambio, convivir con la familia y los amigos, levantar la copa, y por supuesto desearse una ¡Feliz Navidad!
Pero, no todo es color de rosa, porque habrá quien pase desapercibido por estas fechas, como aquel que pide limosna, que camina descalzo por las calles, recordemos que hay de todo en la viña del Señor, en esta temporada abramos nuestros corazones y demos un poco, no de lo que nos sobra, sino compartamos lo mucho o lo poco que Dios nos ha dado, y sobre todo, pensar que son tiempos de recogimiento y oración, dejar por un momento la soberbia y perdonar, es bueno hacerlo, hagamos una catarsis en nuestras vidas, y no olvidemos que somos humanos, y que solo Dios Nuestro Señor, es el único que jamás se equivoca.

FELIZ NAVIDAD Y UN VENTUROSO AÑO NUEVO PARA TODOS.
Autora: Mónica Lourdes Avilés Sánchez.
Derechos Reservados.
Poeta

Crónicas :  Pensamentos da madrugada
Pensamentos da madrugada
São três horas da manhã e eu estou aqui, escrevendo... Deveria estar dormindo, mas meu sono me abandonou. Deixou-me aqui, entregue a pensamentos bobos, ideias vãs e na companhia de uma gata, com o “motorzinho” ligado, tamanho é o barulho que faz. Você deve estar se perguntando: Esse cara vai ganhar o quê, escrevendo isso? O que eu posso responder é: Sonhos. Não estou dormindo, mas estou sonhando acordado. E, para ver o significado depois, estou escrevendo.

Se for contar o monte de coisas que passou pela minha mente, enquanto eu estava deitado, daria para escrever umas dez crônicas como esta. Resultado: Perdi tudo porque não escrevi. Agora que me sentei aqui, com o intuito de aproveitar alguma coisa do que eu estava pensando, vem outras ideias “atropelando”. É assim mesmo! É igual a uma enxurrada: Vem lixo de todo tipo. É garrafa pet boiando, é lata tilintando, bonecas nadando, sacos enchendo e esvaziando... Se você nunca perdeu seu tempo observando estas besteiras, vai pensar que estou inventando. Mas as ideias são assim mesmo. E se você não prender elas no papel, elas vão embora com a madrugada ou com qualquer hora. Uma ideia é assim: Ela vem e, PLIM! É como uma lâmpada que acendeu. Não é à toa que colocaram uma lâmpada acesa, simbolizando que alguém teve uma ideia. E por falar em luz, vou apagar a minha agora, para economizar energia. Estou com os rascunhos (na mente) das crônicas que me incomodaram tanto. De manhã vou tentar prendê-las definitivamente. Bem, talvez agora eu consiga dormir... Vou tentar.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  ¿QUÉ SERÍA DE DIOS SIN NOSTROS?
¿Qué sería de Dios sin nosotros? ¿Qué sería de tanto mediocre que va por el mundo con una biblia bajo el brazo buscando pan para su sustento? Mintiendo, porque él no hace lo que predica. Pero también se hace llamar hijo de Dios. Esto ya no es cuestión de que si Dios existe o no, esto se ha convertido en una cuestión de ganancia de frijoles de los traficantes de la fe. A ver…” curas”… (con votos de castidad y de amor al prójimo)… “ pastores ¿?“ igual ( de mil y una secta a cual más sufrida una que la otra) LO más gracioso de todo es que ahora hasta se han “GLOBALIZADO” , transmiten en circuito cerrado…. ¡Y cobran por escuchar la oración!....mensajes a cual más aterradores, si… yo también debo decir… ¡DIOS!... buscan a las mujeres más jóvenes y vírgenes y las violan!!! Todo eso con la venia de del señor y para su agrado, porque… una mujer que perteneciente a determinada “comunidad religiosa”… no se puede estar acostando con otra persona que pertenezca a otra religión… ¿será entonces el sexo religión?... ¿y qué hace Dios cuando estos enfermos mentales, hechos a su imagen y semejanza violan niños… embarazan mujeres… las hacen abortar, y aun así siguen predicando “la palabra de Dios”? ¿Cuál es la palabra de Dios, cual? … por centurias el nuevo y el antiguo testamento han sido modificados a conveniencia de cada religión, religiosos, libre pensadores o perico de los palotes que se le ocurrió un buen día decir … ¡ Alabado es el señor! ¿Cuál señor, cuál?... ¡Yo también soy un señor! Siglos de mentiras apocalípticas recomendando ayunos para agradar a Dios… “¡vienen a orar al templo!”… ¡Por supuesto!... ese día ninguno de los fieles come nada… porque así el diezmo será mayor para la iglesia (o debo decir para los bolsillos de quienes regentan “las iglesias”)
Y si las cosas me van mal en los negocios, en el trabajo, en el hogar… ¿qué es lo que me dicen?... “¡es que seguro no estás cumpliendo a cabalidad con tus ofrendas para la iglesia… eso desagrada Dios!... Que yo sepa, Dios no come, ni bebe, ni fuma. Tampoco es gamonal, ni padrastro…. Por último ni mi enemigo, todos dicen que Dios me ama… pero me castiga tanto este fulano!??… que… ¡qué sería de Dios sin nosotros! La única verdad que existe es la que dijo Carlos Marx: “ La religión es el opio de los pueblos” y ese opio a algunos les a carcomido hasta los huesos, dejando taras hereditarias que luego en su descendencia serán tratadas como “disturbios de personalidad”
Mientras tanto Dios seguirá colgado en los altares y adornando en marcos de oro la mesa de los ricos.

Delalma
19/11/2012 05:45 p.m.
Poeta

Crónicas :  Animal tem alma?
Animal tem alma?
Os animais têm alma, ou alguma coisa assim? Eu acho que devem ter... Vou contar o porquê da pergunta: nós criávamos um gato chamado Pepe, que era muito “safado”. Conseguiu conquistar todo mundo e tornou-se um gato muito especial. Imaginem que ele dormia conosco. Não tinha jeito de fazê-lo dormir em outro lugar. Uma semana antes de ele morrer, eu sonhei com este fato acontecendo. Pois bem, Pepe morreu envenenado. E o meu neto, o mesmo que nos trouxe Pepe, no mesmo dia trouxe outro “gato”... Depois eu vi que era gata.

Eu sempre ouvi falar que os gatos são apegados ao lar e não ao dono. Quando alguém se mudava o gato ficava, não ia com o dono. Se isso é verdade eu não sei.
Foi esta lenda (?) que chamou a minha atenção: a gata, quando chegou para a nossa casa, já estava um pouco grandinha. Um detalhe: o meu neto mora conosco. Justamente no dia que ele trouxe a gata, a mãe dele veio visitá-lo. Ela chegou bem na hora que minha mulher estava reclamando, porque a gata tinha sujado a casa toda. Como a mãe do meu neto não gosta de animais, ela fez o meu neto devolver a gata. Ele foi, chorando, devolver. A minha esposa estava tão aborrecida, que nem pediu que deixasse a gata.

Choveu quase a noite toda... De manhã, eu acordei escutando um miado... Como eu estava acostumado com Pepe, fiquei procurando de onde vinha... Quando eu abri a porta, a gata entrou correndo. Aí todo mundo ficou achando que o meu neto não tinha levado a gata para a antiga dona. Mas ficou comprovado que ele levou.
Agora eu pergunto: como esta gata acostumou-se com nossa casa, em poucas horas? E lá, onde a gata morava, tinha outros gatos. Tem também a questão de uma casa não ser tão perto da outra.
Será que foi a “alma” de Pepe, que “encarnou” na gata? Ela só quer dormir na nossa cama.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  "Heróis" da periferia
"Heróis" da periferia
As armas sempre exerceram um certo fascínios sobre as pessoas. Enfim elas significam o poder, o domínio. E entre a criançada esse fascínio é bem maior. Pode parecer que não, porém o que mais uma criança sonha é ser poderosa e respeitada. Não é à toa que elas querem ser super-heróis: força, poder, respeito, admiração... É por isso que muitas delas, quando são perguntadas o que querem ser, respondem sempre: policiais, bombeiros, artistas... Reparem bem: poder, coragem e fama.
Imaginem as crianças de algumas periferias, que o exemplo vivo que elas têm de poder, coragem e fama são os marginais... Elas veem à toda hora eles circulando armados e impondo o poder... Veem as pessoas “respeitosamente” bajulando os chefes das quadrilhas... Elas não assistem os policiais circulando armados e mostrando poder. E quando assistem alguma coisa sobre policiais na televisão, é o repórter martelando e mostrando manifestações contra policiais que, no exercício de suas funções, alvejaram algum inocente.

A criança, eu sei que não sabe. Mas um repórter, acho que deve saber que um policial é gente. E, portanto, está sujeito a cometer falhas. Um policial também está sujeito a medos, inseguranças e preocupações... O repórter também deve saber que o policial tem mulher, filhos e vontade de continuar vivendo, apesar de todos os dias sair para uma batalha, sem saber se vai voltar.
A imprensa, certas horas, coloca o policial como um marginal. E o pior: fica alardeando.
Nós sabemos que em TODOS os segmentos da SOCIEDADE existem os bons e os maus exemplos. Mas a criança, coitada, não sabe de nada... O que vocês acham que elas vão querer ser quando crescerem?

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  Raça brasileira
Raça brasileira
Por que deram para perguntar para o cidadão brasileiro, qual é a sua raça? Segundo minha pouca informação, o que identifica a “raça” é o DNA e não a cor da pele. E qual é o nosso DNA? Qual é o DNA dos brasileiros? Nós temos todas as raças no nosso sangue. Nós somos a mistura, a miscelânea, a miscigenação das raças.

Eu li numa revista, que fizeram um exame de DNA em Neguinho da Beija Flor e em Daiane dos Santos, e o DNA deles é 70% de branco. E agora, eles “pertencem” a qual raça?
O Brasil precisa acabar com essa besteira de “raça”. Nós não temos “raça”, nos temos é RAÇA. Vencemos na raça e se divertindo. Nós não temos UMA face... Nós podemos nos passar por qualquer pessoa dos outros países: Nós podemos ser asiáticos, indianos, europeus, africanos...
Nós somos todos em UM.
Eu tenho quase certeza, que se fizerem um exame de DNA em mim, vai dar esse resultado: 50% negro, 49% índio e 1% branco (este 1% é a epiderme). Isso é meu desejo, e desejo tem poder. A pele que me cobre o corpo, não cobre a minha alma.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  Verdade com metáforas
Verdade com metáforas
Entre idas e vindas, vamos completar vinte e sete anos de casados... Nesta manhã eu olhei para ela, esperando encontrar algum resquício de amor. Não havia mais nada... Talvez, só um grãozinho de desejo bem longe... Nada que assanhasse minha alma. Pois o amor vem da alma. Antigamente eu sonhava encontrar alguém, para amar durante toda a minha vida. Mas isso ficou só no sonho.

Não gosto de ficar pensando em como tudo isso aconteceu. Dói muito relembrar. Eu gosto de seguir adiante. O que passou, é passado. Perdeu, está perdido. Não adianta ficar procurando o porquê disto e daquilo. O tempo não volta. Você não conserta o que passou no tempo. Detesto o “se”. Aquela coisa de ficar pensando: se eu tivesse agido assim, se eu tivesse agido assado... Não adianta lamentar.

O negócio é o seguinte: o amor é um fogo que precisa ser alimentado, para continuar aceso. O casamento, para durar, precisa de respeito, compreensão e criatividade. O meu ainda está durando, porque EU fico me virando para manter isso. Infelizmente sou eu sozinho. Como eu gostaria que ela pensasse assim também... Tudo seria melhor.

A.J. Cardiais
imagem: google
Poeta

Crónicas :  HOY (AYER) ALLI
Y ahí en medio del bosque en medio de la tarde soleada en medio del invierno en sequía vino tu voz a buscar el lobo solitario que vagaba husmeando el perfume perdido de los frutos del árbol prohibido que crecía en medio del alcanzado paraíso. Y en medio de los ramajes del naranjo y la garras hirientes de la zarzamora encontré la puerta a los susurros de las delicias del pecado original, la puerta, fisura o grieta por donde alcance a tocar la piel enternecida y trémula que también vagaba buscando el silencio repartido entre las palomas y los cauces de los grandes ríos cercados de verdes gramas y altas selvas de orquídeas y de algarabías de pájaros. La tarde fue culminando antes de los arreboles en un rito sagrado, en la ceremonia secreta que la distancia no aplacó con sus muros ya resquebrajados, y en la quietud silenciosa dos enamorados se supieron enredados en sus desesperos hasta la culminación del destello compartido. Y en sus propias manos estuvo el fulgor y la caricia, el beso atrapado en los labios sedientos, en el roce delicado y su íntima consistencia, y en el último instante esplendoroso de esa comunión que vence la muerte. Y hubo después en la mañana siguiente la revelación de dos breves diamantes en el borde húmedo y oloroso de la voluptuosa vertiente sobre el oscuro musgo cautivo, y una paloma asomada con su erguida tibieza inhiesta y dos palomas en el orgullo suave y carnal de su vuelo. Mientras allá en medio del bosque el sol iluminaba el sitio exacto donde la férvida vertiente, el musgo oscuro y las tibias palomas fueron imaginados con la ferviente adoración de un vasallo rendido a su soberbia y hermosa soberana. Y en el hoy de la mañana y en el allí de la tarde de la víspera entre el revoloteo de palomas un lobo ermitaño sigue rastreando las huellas del dulce galope de la fina potranca en la mullida grama, con el hambre viva, otra vez, en su delirio de acechador inconsumado, de cazador vencido, de bestia domada por el arrullo encendido de evanescentes palomas. Y en el ahora aun persisten la voces instaurando un romántico dominio sobre el perfume del florecido árbol prohibido del alcanzado paraíso, sobre el bosque de la tarde soleada del invierno sin lluvias, sobre el naranjo y la zarzamora, en los goznes de la puerta a los susurros del pecado original, y también en la piel enternecida por el álgido ceremonial consumado. Vale.
Poeta