Poemas :  Versos ao Acaso
Versos ao Acaso
Versos Ao Acaso




Meus versos choram como moças perturbadas,
A lamúria neles é vertiginosa, sempre a reclamar.
A protestar potenciais escondidos, a nunca se conformar.
Choram e se descontrolam como loucos e idiotas.
Versos que adiam sempre o inadiável, nunca vivendo a
presença do hoje.

Velada escrita, velados sentimentos,
São como cofres dentro de baús.
Como toldos brancos a serem
Pintados, mas a mão que pintar o
Tornará transparente ou vivo?
Colore com tintas suaves, mas não
Deixe a pintura forte, em sobrecamadas.
Não torne opressivo aos olhos a cor.

Versos que desanimam a cada caminhada.
Preguiçosos, nunca pensam em sair do marasmo...
Versos sifilíticos e sujos, versos de maldições escancaradas.
Versos de protuberância ridículas, dignas de
Uma análise fria e racional de Lombroso...
Versos que um dia falarão metáforas, não metonímias!
Poeta

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