Textos : A Morte do Velho Jardineiro(Sketch XVI) |
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A Morte do Velho Jardineiro A cena se passa na Inglaterra, em 1942. Cena Única Uma casa velha com uma escada que vai levar a um corredor um pouco longo, e que também leva a um quarto que está com a porta ligeiramente aberta. Nela vemos uma luz saindo. Nela há três pessoas. Uma é um rapaz de aproximadamente vinte e dois anos, de cabelos negros e olhos verdes. Outro é um senhor de aproximadamente sessenta anos, e outro é um homem de quase quarenta anos, alto, loiro e de olhos castanhos. Os três bebem vinho. Victor- Anton, já te dissemos que realmente precisamos daquela relíquia. Sem ela realmente não podemos continuar nossos planos. Anton- Mas conseguí-la nos campos da Sociedade realmente não será fácil. Precisaremos usar outra pessoa. Victor- Não usaremos outra pessoa, você irá lá e pegará a relíquia. Anton- Você sabe que tenho outros trabalhos a fazer dentro da nossa organização. O homem mais velho fala numa voz calma, mas fria. Theodor- Se não achares uma pessoa adequada, você mesmo roubará a relíquia, meu caro Anton. Você sabe que estou muito fraco e não posso fazer isso. Victor- Eu não vejo como prosseguir nesse estilo. Temos que nos esconder sempre, e não há muitas casas abandonadas hoje em dia que podemos usar. Anton- Mas ainda há milhares de oportunidades, e as pessoas não são muito curiosas nesse estado. Ou seja, podemos ficar em cada casa quase um mês, até. Victor- Precisamos realmente dessa relíquia logo. Nossos amigos de outros planos não estão muito pacientes para esperar, e eles precisam vir para esse plano logo, vocês sabem, a guerra continua nos dois planos, e o que acontece aqui... Anton- Influencia no outro plano. Já sabemos disso, Victor. Mas a relíquia está fortemente guardada dentro da Sociedade. Você sabe, há mais de quatro camadas que conhecemos que protegem aquela relíquia. Theodor- Mas iremos com certeza conseguir. Não vamos desanimar agora. Já estamos há quase dois anos mudando de um lado para outro, o sucesso realmente será nosso. Anton- Precisamos contatar os outros. Como faremos? Theodor- Como sempre fizemos, Anton. Você anda se esquecendo demais dos velhos modos. Mas só vamos fazer isso daqui a uma semana. Por ora teremos que tomar cuidado com esse lugar. Victor- Tem certeza que aqui não havia nenhuma pessoa? Anton- Pelo que andei vendo, não, mas aqui é uma área onde as casas estão sempre fechadas. Os vizinhos nesta região são mais caseiros, então é impossível saber de tudo. Victor- Então ficaremos aqui uns quinze dias, apenas. Theodor- Ou menos. Já que não sabemos se realmente há alguém aqui que pode ouvir nossos planos. Victor- Mas creio que podemos cuidar de algo agora mesmo.( Victor pega em um canto um frasco de veneno, uma taça e uma garrafa de vinho. Ele coloca veneno na taça junto ao vinho e coloca a taça em cima de uma mesinha). Theodor- Então, como nós iremos... Ouvimos de fora os passos de um homem. É o velho jardineiro que cuida da casa. Ele é um senhor de uns setenta anos, e vai se aproximando do corredor. Ele ouviu uma parte da conversa pois já estava na casa. Victor- Temo que fiz bem em colocar vinho na taça. Um homem está lá fora. Terei que... Theodor( autoritário)- Faça logo. Victor sai do quarto com o copo de vinho com veneno nas mãos. Ele encontra o jardineiro perto dele. Jardineiro- Ouvi grande parte de vossa conversa. Saiba que estou pronto para chamar a polícia por você estarem planejando roubar uma relíquia. Victor( sorridente)- Que isso, meu senhor. Somos atores. Estamos apenas ensaiando uma peça. Jardineiro- Não me venha com essa, eu sei muito bem que são bandidos e pretendo pará-los. Victor- Não somos bandidos, veja, fizemos mal em invadir a casa, realmente, mas estamos sem dinheiro para nos acomodarmos. Estamos ensaiando e vamos embora. Prometemos nunca mais voltar. Jardineiro- Então realmente não são bandidos? Victor- Claro que não, senhor, e para provar. Vou te ofertar um belo copo de vinho. Que bandido faria isso? Jardineiro- Está bem( Inocentemente estica a mão para pegar o copo de vinho, Victor o entrega com um olhar inocente. Ele bebe todo o vinho na taça, sorri, e dentro de dois ou três minutos começa a passar mal e se joga no chão e morre rapidamente). Victor vai até o corpo, leva-o até o quarto. Victor- Ainda bem que ele foi deixando as defesas logo de lado. Theodor- Enterre-o no quintal. Ficarei aqui vigiando se vem mais alguém. Victor- Sim, meu senhor. Victor pega o corpo de jardineiro, sai do quarto e atravessa todo o palco com o corpo na mão e sai pela esquerda. Ouvimos corvos lá fora. Uma porta bate. Theodor- E assim mais um acaba morrendo por se intrometer em negócios alheios. Ele olha para Anton que sorri. O pano desce. FIM |
Poeta
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