Textos :  Alegrias Noturnas( Sketch I)
Alegrias Noturnas( Sketch I)


Alegrias Noturnas




A cena se passa em Lisboa, Portugal, no ano de 1923.


Cena Única


Uma sala com uma cadeira, uma poltrona no lado esquerdo da sala, uma mesinha, umas duas garrafas de bebida, uma janela que está fechada e com uma cortina de cor vermelha. Um homem está sentado na poltrona, ele se chama Carlos Hortênsio Nunes. Uma mulher entra.


Carlos- Ah, você ainda está aqui, pensei que já havia ido embora há um bom tempo.

Mulher- Não, eu preferi ficar, mas se quiser que eu vá embora, eu posso ir.


Carlos(indiferente)- Isso depende da sua própria escolha, você quem sabe...


Mulher- Você sabe que só saio daqui depois do que sempre fazemos todas as noites.


Carlos( pega uma garrafa, um copo, enche o copo de vinho e toma ele pela metade)- Hoje pode ser diferente, minha cara, nunca se sabe quando o homem está disposto aquilo que sempre fazemos.


Mulher- Há quantos dias está bebendo, Carlos?


Carlos( Termina de beber e coloca mais para si)- Três dias inteiros. Minhas alegrias noturnas são o álcool, essa casa, de vez em quando ler um jornal e você.


Mulher- Claro, eu não poderia faltar, né? Mas a empregada limpou a casa hoje?


Carlos- Sim, limpou, e por isso estou na sala bebendo, senão estaria em outro lugar da casa.



Mulher- Você tem conversado com sua mãe? Ela me disse que você estava meio distante e frio com ela.


Carlos( irritado ao falar)- Mamãe sempre acha que quando a gente está falando ou está usando um tom distante ou frio quando a gente não concorda com o que ela fala, você sabe como ela é.


Mulher- Sim, e eu te entendo perfeitamente( Dá alguns passos pela sala)


Carlos( levanta-se, coloca mais vinho na taça, e vai até a janela e abre)- Nossa, a noite está incrível, eu deveria ir lá fora ver as estrelas, mas hoje prefiro ficar aqui em casa.



Mulher- Apenas bebericando vinho e pensando nos próprios problemas... Não sei como consegue ser assim tão fechado.


Carlos( bebe um gole de vinho)- Eu não sou fechado, eu apenas gosto de manter meus momentos íntimos.


Mulher- Posso beber o vinho?


Carlos(distraído)- Claro, fique à vontade. Ah, noite, como estás bela e deleitosa, em ti moram todas as belezas astrais de uma noite mágica...


Mulher- Está agora criando poemas para a lua?( Ri, bebe um gole de vinho)



A Mulher vai até a poltrona onde está a mesinha, ela pega a garrafa e coloca vinho em uma taça que está na mesinha.


Carlos( sai da janela, se aproxima dela)- Não, você sabe que estou com os meus escritos parados, mas ainda consigo recitar poemas ou inventá-los na hora...

Mulher- Carlos, Carlos, eu acho que sei o que você precisa para voltar a escrever maravilhosamente bem como antes.


Carlos( ingênuo)- O quê?


A Mulher avança nele e lhe dá um beijo apaixonado na boca, o qual ele retribui na mesma intensidade. Eles vão até uma escada do lado direito da sala e começam a subir se beijando, Carlos tenta falar, mas a Mulher o impede com mais beijos.



Tudo fica escuro e o pano desce.
Poeta

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