Sonetos :  ESPAÇO EM BRANCO*



Compreendi ausência como fonte de tristeza
A presença camuflada nas vozes de um vento
desvendam-se em expiação de um sentimento
Que deve ser exaurido, rápido e com certeza

A impropriedade justifica-se sem argumento
É insano sentir... É nadar contra a correnteza
Nada posso construir, nem dele tirar provento
lacuna deixada por ti, exercita minha destreza

Outras praias distinguir, outros clamores ouvir
Sem ter tão próximo o guardião a me proteger
Será minha nova meta, diferente porta a abrir

Caminhar solitária e uma alma louca a bramir
Segura o lápis... E o verso do peito a escorrer
Como sangue poético do meu profundo sentir



Poeta

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