Poemas de sombríos :  EU, A VIDA E A MORTE
Quando eu nasci,
Nasceram comigo a vida e a morte.
Olhávamo-nos olhos nos olhos
E lançámos um grande desafio.
Partiríamos ao mesmo tempo
Para ver quem ganharia a maratona
E quem teria a Grande sorte
De chegar na ultima recta em primeiro
E sem mais aquelas
Começamos a correr
Por ruas , ruelas e carreiros,
Passamos os primeiros metros,
Os primeiros quilómetros,
O cronómetro marcava o tempo,
Começámos a sofrer
Eu comecei a sentir cansaço
Com dificuldade a correr.
Já começava a agarrar a camisola
Que a vida trazia vestida
E a morte sempre fresquinha,
Com um sorrir cínico, macábro,
Continuava sempre em terceiro lugar
À espera do bom momento
Para poder melhor atacar.
E eu, pobre alma cansada,
Coração que bate apressadamente
Como se quisesse chegar à frente
Mas hoje ele já com 85 anos
Que não entre em desenganos
E a morte no momento preciso
Dará a sua sapatada, ela é a mais forte
Quer eu queira ou não , tudo baterá certinho
E eu e a vida ficaremos pelo caminho
Abandonadas!
E a partir daí, não seremos nada.



A. Da Fonseca
Poeta

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JoelFortunato
Publicado: 2/2/2017 1:22
Incondicional
Unido: 23-6-2011
Comentarios: 7989
 Re: EU, A VIDA E A MORTE

A. Da Fonseca: Cumprimentos e obrigado por compartilhar sua arte nobre.
O assunto é amplo, com tristeza e um conjunto de ideias claras, com pouca esperança.
Le doute est le commencement de la sagesse
Il n'y a si bon charretier qui ne verse
La patience vient à bout de tout.
Você tem paz e felicidade. Envio-lhe minha amizade e respeito.
Continue compartilhando suas agradáveis e interessantes escritos e poemas.