Poemas de tristeza : VELHO CARRO |
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Sou um velho carro, sou de colecção.
Com os pneus já muito gastos E já nem têm hipóteses de reparação. Os amortecedores a guinchar com o peso Desta velha carroçaria toda ferrugenta E já nem sei como ela ainda aguenta. O delco e a distribuição lá vão, lá vão; O motor para trabalhar, à manivela com a mão. O depósito da gasolina cheio de remendos, Com pastilhas especiais ainda resiste. O carburador trabalha mas aos solavancos Distribuindo com dificuldade o carburante. Os gases lá vão saindo pelo tubo de escape Mas a explosão é fraquinha, não como dantes. O radiador vai sofrendo de incontinência; Para o motor não aquecer, pois que perde água, Para chegar ao destino rolo com paciência A. da fonseca |
Poeta
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Este poema é interessante, com um tema da realidade da vida com dificuldades, que muito bem descrita em termos de mecânica literária, tem estilo e bom ritmo, claro.
É para o meu gosto continue lendo suas publicações.
Saudações e parabéns pela sua arte poética.
Pois, Senhor Doutor e Poeta Joelfortunato, este sou eu, já começo a me sentir um calhambeque.
Obrigado pela leitura e pelo, como sempre, agradável comentário.
A. da fonseca