Poemas de tristeza :  VELHO CARRO
Sou um velho carro, sou de colecção.
Com os pneus já muito gastos
E já nem têm hipóteses de reparação.
Os amortecedores a guinchar com o peso
Desta velha carroçaria toda ferrugenta
E já nem sei como ela ainda aguenta.
O delco e a distribuição lá vão, lá vão;
O motor para trabalhar, à manivela com a mão.
O depósito da gasolina cheio de remendos,
Com pastilhas especiais ainda resiste.
O carburador trabalha mas aos solavancos
Distribuindo com dificuldade o carburante.
Os gases lá vão saindo pelo tubo de escape
Mas a explosão é fraquinha, não como dantes.
O radiador vai sofrendo de incontinência;
Para o motor não aquecer, pois que perde água,
Para chegar ao destino rolo com paciência

A. da fonseca
Poeta

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JoelFortunato
Publicado: 6/7/2016 17:53
Incondicional
Unido: 23-6-2011
Comentarios: 7989
 Re: VELHO CARRO

Este poema é interessante, com um tema da realidade da vida com dificuldades, que muito bem descrita em termos de mecânica literária, tem estilo e bom ritmo, claro.
É para o meu gosto continue lendo suas publicações.
Saudações e parabéns pela sua arte poética
.

bebert
Publicado: 6/7/2016 19:51
Incondicional
Unido: 17-4-2016
De: France
Comentarios: 196
 Re: VELHO CARRO

Pois, Senhor Doutor e Poeta Joelfortunato, este sou eu, já começo a me sentir um calhambeque.

Obrigado pela leitura e pelo, como sempre, agradável comentário.
A. da fonseca