Poemas sociales :  NÃO SÃO QUE PUTOS DA RUA
Não importa onde nascem
Não importa a sua cor.
O importante é que passem
Na vida com muito amor.

Alguns são passarinhos
Que dormem à luz da Lua.
Depenados de carinhos,
Não são que putos da rua.

È triste ver esses putos
Que não têm eira nem beira.
A vida só lhe dá chutos
Têm o Sol como braseira.

Crianças de vida triste
Merecem ser mais amadas.
Mas para eles não existe
Que as pedras da calçada.

Putos sem ontem nem hoje
E de um amanhã incerto,
È a sorte que deles foge
E os lobos ficam mais perto.

Pássaros que vão crescendo
Sempre com as asas quebradas,
Num mundo sem dividendo
Com a miséria de mãos dadas.

Velho Mundo,
Voltas-te à Idade-Média.
E esta sociedade sem
rédeas
Deixou de ser a grande dama.
Velho mundo,
A tua mocidade anda perdida
A sua estrada na vida
È toda feita de lama!

A. da fonseca
Poeta

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