Poemas : Calendário |
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Quero me perder
no calendário romano, humano ou beltrano, afinal, tempo é partido e dele me tomo posse e me escravizo; deitado lê seus dias que agonia, que agonia. Quero me perder não, não quero dar com os burros n’água, ficar com a cara extasiada como criança mimada; quero perder o tempo, desprender a palavra mais alta, aliviar minhas lentes mundanas. Meus cálculos de perda temporal, que anunciam temporais e que na janela nem passarinho canta, no máximo uma mariposa chega na planta, que estendi em meu quarto azul, que afundei nos teus negros olhos, que olharam, olharam e molharam. Todo meu chão manchado de tinta, meu pé arranhado pelo asfalto, meus sonhos atravessados, nas nuvens, nos universos inteiros, de todos os irmãos que enxergo, deitados na chuva, esperando a sorte alcançá-los esperando... E nada posso lhes acometer, senão sou punido por quem me habita ou quem sabe, é só um canto que tomou forma num corpo qualquer e que trabalha em forma de poesia; é recíproco, é leve, é levitante, é um muro feito com areias claras, mas e o mar que é o mar não as alcança. |
Poeta
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Hola, es un poema muy desarrollado. Tiene intensidad y una profunda consistencia.