Sonetos :  A CADA PASSO
A CADA PASSO

Pereço a cada passo quando imerso

No mundo que se mostra sem proveito,

E enquanto no vazio eu me deleito,

Ao nada noutro instante ao fim eu verso,



O prazo muitas vezes mais perverso,

O corte noutro tanto, velho pleito,

O amor que se moldara num despeito,

O risco arisco e espúrio do universo.



Negar algum sorriso e crer no corte,

Presume nesta ausência o próprio Norte,

Assinalando o fim da velha fase,



Meu reciclar eterno e sendo etéreo

Envolto pelas garras do mistério

No nada sem pudor algum defase...




MARCOS LOURES
Poeta

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