Poemas :  ADEUS

Fúnebres pesares, açoita-me a alma
E eu, à janela, nada além permeio
Do quê uma tempestade que aos poucos se acalma
Dado o timbre dum lúgubre regorjeio.
Fúnebres pesares, infindas condolências
Aos beijos que se foram e jamais voltarão;
O quê me queda senão a reminiscência
De anos que somente passarão?

Pobres infelizes encantados por um amor tardio
E eu, à janela, nada além permeio
Do quê os invernos que já não trazem frio
Se não uma primavera que tampouco eu semeio.
Pobres poetas desfigurados pelo romantismo
E homens destituídos por palavras sem nexo.
De quê vale tão boçal ilusionismo
Quando, no fim, é sempre tudo sexo?

Mas confesso-vos que também cedo eu ao pecado
E é por isso tamanho alarde:
Como posso condenar um ser amado
Quando hoje já é tarde?
Eu apenas resguardo uns poucos beijos pelas nuances
E umas poucas carícias em lugares indevidos;
Sofismo-me à janela para que me amanse
A ternura destes momentos perdidos...
Poeta

2 puntos
0 0 1
Los comentarios son propiedad del autor. No somos responsables de su contenido.
Delalma
Publicado: 27/10/2010 21:47
Incondicional
Unido: 9-10-2010
De: Lima - PERÚ
Comentarios: 1439
 Re: ADEUS

Aunque el fin del amor sea siempre el sexo, no siempre el amor es tardío, y cuando aparece sólo hay que dejarnos llevar.