Poemas surrealistas : Cerração III - Um poema besteirol |
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A cerração será contínua
enquanto o tempo for instável... Memorável frigir dos ovos que nem eu estou entendendo nada. Estou recebendo intercâmbios (ou câmbios negros?) mas negro está o céu, neste momento em que o advento da tecnologia avançada, avança na mais perfeita ordem escalada em prol da Natureza com um "N" enorme para chamar a atenção de quem não tem coração e acha que CERRAÇÃO é a poluição da Natureza... Natural que alguém assim a veja porque esse alguém, não ama ninguém, nem a PQP, que foi quem o pariu (ato bonito, palavra feia). Meu corpo veste um fuzil de cor verde azedume e não me importa o estrume de valas em vias derramados pelos soldados de chumbo que fizeram deste céu anil, céu vermelho com o sangue infantil, fresco, como peixe fora d'água baiana com saia sem anágua bebida que aquece minha mágoa chuva que me molha e me enxágua e haja água para a minha onda de fogo barril de vinho pro ano novo terra que na terra é globo e englobo, engordo, engodo... em guarda! Lá vem o avestruz pro nordeste com o nome de ema agreste agride o panorama visual porque o jegue virou alimento e o burro, engole o aumento como uma comida qualquer. Nem saboreia, apesar de louco para gritar, brigar... Pobre infiel meu... cante um "FARDO" vista uma farda e vá trabalhar no campo, porque a bola é que está com a "bola toda". Só dá grana, na grama. E de grama em grama nunca se chega ao quilo porque, um quilo é aquilo nunca um quilo... São novecentas gramas o gramado, arado, pautado, aramado... Mentira da ira que ninguém toma providência de nada nesta província provinciana pró viciado do fumo! Que a Souza Cruz nunca será Cruz e Souza... A cruz é para o fumante, pois o aumento é estafante é dose para elefante. Quem fuma, se fumou, porque o vício é quem manda até na linguagem da massa, não querem mais falar em raça e confundem xis com cê-a-gá e vaca agá porque o chá, está fervendo na "xaleira" e chamego é a minha maneira de conquistar. Tanto que vou por num alto-falante que preciso namorar pois a vida está tão cara e minha cara é tão pobre que nem no "horário nobre" conquistaria IBOPE. O quê é isso, menino insolente? Não vês que estás demente com tua abstemia? Arranjastes uma nova mania de querer ser popular? Queres "virá" mercado ou queres "carregá" o fardo da coluna "sociá"? Nisso eu sou bom, seu moço! Agora eu me pergunto: Por quê sofremos? Se somos pintores de uma vida infame; cantores de uma solidão gentil; poetas de uma multidão de ausentes... Por quê sofremos? Se sonhamos alto, o mundo é pouco; se falamos baixo, o ouvido fica rouco; se pagamos à vida, ela nos dá o troco, e este troco e que me deixa fortemente - fraco - louco e mostra o homem fraco que sou, que serei, que sou rei, frágil, majestoso com um grande feito à fazer: N A D A. Não há criação e ninguém copia as coisas mais do quê as emissoras de televisão. Mude de canal e verá um programa sempre igual. É uma tal de falta de imaginação, que não tá mole não, meu irmão... Agora, vou aproveitar que a cerração está se dissipando vou tocar meu barco vou me adiantando pois já estou cansado de viver criticando. A T E N Ç Ã O ! Não percam a quarta dose de C E R R A Ç Ã O, porque será o reforço. Se tomou a primeira tem que tomar todas para não ficar capenga do osso. Até lá! AJ Cardiais Em: 13.09.1982 imagem: google |
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