Poemas surrealistas : Cerração II - Um poema besteirol |
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Espanto a hora, espaço a vida
em um ou dois passos, perco-me nos entrelaços e volto a ouvi-la no final do túnel. Com sempre filho pródigo, prodígio rodizio pela vida à fora sem hora, costumes e meses... É o desabafo na ponta da caneta. Viajo na fumaça do incenso, quero falar com Deus, quero pedir forças cósmicas estou em desencanto, desencontro dez vezes sem conto e nos dez, sou um dos mandamentos, vírgula, reticências... Quê faço eu, com sua ausência? Principio uma interminável dissertação e ouço uma canção. O rádio, está afim de fazer briga e eu estou afim de comprar um jornal e sair por aí, lendo os classificados sem conseguir classificar-me em nada rompendo em lágrimas os meus sentimentos. Sou tudo, poderia ser muito mais... Tenho tudo, não sou nada nem um bicho do brejo. E se ser sonhador, for virtude sou um virtuoso porque visto-me de ilusão as 24 horas do dia. E a jia, mora na lama continua sendo feliz até que o homem não a faça de janta... Estou com disritmia na maneira de escrever e esquecer, é o meu problema, apenas faço uma questão por segundo e segundo os astros, meu símbolo é fogo e eu sou fogo, porque me vejo água... Haja teimosia para tanta heresia! Será que é no destino, que falta um pino e ainda não me descobriu? Tem tanta gente por aí vivendo infeliz e tanta gente infeliz, por aí vivendo que ninguém sabe se com giz pode se escrever: eu te amo e felicidade ou com sangue, da ponta do dedo... A palavra sangue, chega a ser violenta mas, não é violeta, é vermelha e vermelho, é a minha cor predileta porque é violento e vivo e violeta é flor, é dor, é morta mas, não deixa de ser bonita. Sou um servo leal e devotado não sei de quem porém, sou muito descarado apesar da menina que ofusca minha honestidade... Para falar a verdade, só tenho vaidade e vai idade, vai idade, vai idade vem velhice, vão-se as misses, os mísseis e ai de mim é o fim, é ruim, é ruína que arruína o meu coração de papel apesar da minha insensatez (insensatez deve ser algo que vem do incenso, não?) e se for incenso, está comigo mesmo porque adoro espantar as coisas ruins. Se bem que, as boas, vão logo na frente. Para o meu vexame, meti-me num enxame não sei se de abelhas ou de gente porque, na minha mente só havia o exame final do colégio tal e tão logo eu receba a minha carteira de habilitação, serei um homem com "H" habilitado à qualquer coisa menos, a ter uma habitação porque o homem do BNH não está afim de doar. Só me dão carteira de saúde e durante um ano, eu me encontro sadio para o que der e vier e se vier mais forte do que eu não adianta porque não devolvo a carteira. Sou um colecionador maluco adoro colecionar besteiras e no meu mundo de ilusão fiz bolinhas de sabão, penetrei no seu interior viajei FOR IMAGINATION... Ai, que criação! Tornei-me poliglota, “biglota” ou "niglota" = (nenhuma língua) mas, no fundo sou brasileiro muito índio, muito guerreiro muito purificado, muito selvagem muito tão e assim, porém sem quer nem que seja fui e vim, sem querer ficando no polo aquático ou água não sei o quê e continuo brasileiro índio-bol e maravilha carnaval e sol na ilha cana nos fins de semana trabalho pro resto da vida e a vida é procurar trabalho... no bolso, sal grosso e um dente de alho para afastar as ruínas e abrir os caminhos ajudar o povo a não chorar sozinho... tem muito caboclo roendo osso e plantando capim para a alimentação. Coitado do Sansão... por quê cortaram os seus cabelos? E eu aqui, querendo cortar os meus mas, estou sem um tostão. Ave Maria, que vida farta! porque farta tudo: farta amor, farta harmonia, farta até ilusão porque ninguém se ilude sem comer feijão. Falei em feijão lembrei-me das cifras, do cifrão. Coitado do nosso cruzeiro... Os "barões" não podem mais fazer um cruzeiro com o nosso cruzeiro. Ainda bem que o seu nome vem de cruz e cruz, lembra sofrimento portanto, eles só têm que sofrer... sofrerá, chorará eu estou é querendo rimar conjugar, misturar, arrotar, suspirar gritar, chiar porque passou umas coxas bem gostosas em minha frente que de repente, esqueci o fomento (significa: fome mais aumento) perdi o fim da meada, da picada e etc... Voltei, espantando a hora espaçando a vida e em um ou dois passos esqueci a ferida e fui brigar por outros motivos. E para encerrar esta quermesse eu rogo à Natureza uma prece para que perdoe os homens com toda a sua “analfabedoria”. Em: 11.08.1982 imagem: google |
Poeta
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